Além de adotar práticas de gestão de resíduos, tomar medidas de segurança e cuidado no transporte de material biológico é fundamental. Caso contrário, possíveis problemas podem surgir — alguns deles são: infecção de trabalhadores e perda total do material coletado.
Mas, como garantir as boas práticas de transporte desse tipo de material? Algumas medidas, como considerar a variação cronobiológica e criar uma soroteca, são necessárias. Fazer a identificação correta também é essencial.
Quer saber mais? Continue a leitura para conhecer a classificação dos materiais biológicos e 5 práticas fundamentais para transportá-los, além de algumas normas previstas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para esse tipo de situação!
Qual a classificação de material biológico?
A classificação dos materiais biológicos é crucial para que todos os envolvidos no processo de transporte tenham conhecimento sobre quais os níveis de riscos de infecção envolvidos. De modo geral, existem duas categorias de classificação de material biológico:
- categoria A: exposição a amostras que podem causar morte, doença fatal, incapacidade em humanos e animais;
- categoria B: amostras infecciosas, mas que não trazem risco de morte, doença fatal ou incapacidade permanente;
É importante que os transportadores de material biológico utilizem métodos mais rigorosos de cuidado com o transporte. O objetivo é manter as amostras bem conservadas e que os transportadores sejam treinados e certificados para lidar com cada tipo de material.
Qual a importância do transporte correto de material biológico?
O transporte de material biológico é fundamental para que a amostra coletada chegue intacta ao laboratórios de análises clínicas. Também, o transporte correto de material biológico garante que ninguém seja infectado com as amostras do material durante o processo de transporte.
Quando todo esse processo é feito de maneira correta, as chances de o material chegar protegido aumentam consideravelmente, até mesmo em situações como acidentes durante o transporte.
Quais são as medidas fundamentais para transportar material biológico?
Todo o transporte de material biológico deve ser feito em etapas criteriosas, que vão desde o embalamento correto de material até os cuidados na chegada dele ao laboratório. A seguir, conheça mais dicas para esse tipo de procedimento.
1. Considere a variação cronobiológica
Algumas amostras podem se tornar inúteis para a análise laboratorial, se não forem analisadas em tempo hábil. Por isso, é fundamental considerar a variação cronobiológica durante o transporte.
Ou seja: é preciso levar em conta se o tempo de deslocamento não afetará a qualidade da amostra. Geralmente, quando as distâncias forem muito grandes, será necessário adotar algum método específico de acondicionamento para preservar a amostra.
2. Faça a identificação
Já imaginou dar de cara com uma amostra sem identificação ou feita de maneira errada? Isso gera retrabalho, desorganização e, principalmente, erros na análise e entrega de resultados.
Portanto, faça a identificação do material logo na primeira interação com o paciente. Recolha todas as informações necessárias e organize esses detalhes, tanto no banco de dados do laboratório quanto nas etiquetas que acompanham o material.
3. Realize a acreditação laboratorial
Trata-se de um processo no qual o laboratório procura certificação. A acreditação laboratorial indica que a empresa apresenta alto grau de eficiência nos processos e segue os padrões reconhecidos pelos órgãos competentes para o manuseio de amostras biológicas.
Um laboratório certificado não só atua em conformidade com as melhores práticas, mas também conquista o prestígio da clientela.
4. Utilize os materiais adequados para embalar
É parte essencial dos cuidados do transporte de material biológico o acondicionamento e o embalamento desse material. É preciso garantir que as amostras não sejam perdidas, nem sofram nenhuma interferência pelo contato com a embalagem.
O processo de empacotamento necessita ser realizado de acordo com regras definidas pela legislação brasileira e internacional. Mas, de modo geral, a embalagem deve conter um rótulo do recipiente, fechamento rosqueável e à prova de vazamento.
Também, é esperado que essa embalagem seja acondicionada em local onde não haja espaços vazios, o que poderia gerar atrito entre o recipiente e a parte externa. Ainda, é importante destacar que o local onde a embalagem deve ser colocada seja dentro de uma estrutura rígida e resistente capazes de suportar impactos durante a viagem.
5. Implemente uma soroteca
Diariamente, inúmeras amostras são armazenadas e, com isso, novos procedimentos são relacionados às informações de diferentes pacientes. Para gerenciar esses dados de forma eficiente, é preciso se abrir para a Transformação Digital e implementar uma soroteca.
Trata-se de uma espécie de biblioteca de amostras, ou seja, uma infraestrutura capaz de organizar dados de maneira que sejam acessados mais facilmente. Entre outras vantagens, a soroteca otimiza o tempo e reduz a possibilidade de erros.
Quais as principais normas da Anvisa para o transporte de material biológico?
A Anvisa tem um manual que descreve as normas para a melhor forma de transportar materiais biológicos. Para tanto, esse tipo de material é separado em categorias com especificidades que devem ser respeitadas no momento do transporte.
Com um material biológico infeccioso, cuja exposição pode resultar em incapacidade permanente (como o vírus da hepatite B e da gripe aviária), por exemplo, é necessário ter muito cuidado.
Durante o transporte e nos locais de carga, descarga ou transbordo, as amostras infecciosas devem ser mantidas isoladas/separadas de gêneros alimentícios e outros produtos de consumo humano ou animal.
Já no caso de materiais biológicos humanos isentos de agentes infecciosos, há outras particularidades. Não importa o método de transporte, eles devem ser acondicionados em sistemas de embalagem tripla. Para o transporte no ambiente interno, é adotado o sistema de embalagem dupla.
Como escolher uma transportadora ideal?
Ao longo deste texto você compreendeu que o transporte de material biológico é uma tarefa que demanda muitos cuidados. A questão é que nem todas as empresas que oferecem esse tipo de transporte estão preparados para atender a essa demanda. Diante disso, é preciso ter critérios para fazer uma escolha correta. A seguir, separamos duas dicas de como fazer isso.
Observe as certificações
Primeiramente, é importante observar que a empresa que deseja fazer transporte de material biológico necessita ter certificação na Anvisa. Somente essa agência tem a capacidade de avaliar as práticas e os padrões da empresa.
A agência estipula e fiscaliza tanto a questão do armazenamento e cuidado das amostras quanto do processo de deslocamento e manuseio.
Verifique opiniões dos clientes
Outra maneira de escolher uma transportadora de material biológico é atentar ao histórico de atividades dessa empresa.
Nesse caso, vale a pena perguntar a quem já utilizou esse serviço dessa empresa se o procedimento foi feito da maneira correta. Essas informações ajudam a entender melhor o trabalho da empresa e com isso, ter mais certeza na hora de contratar serviço.
Essas foram algumas informações primordiais para o transporte de material biológico. Eventualmente, o processo pode trazer gastos para o laboratório, influenciando a gestão de custos. Mas é importante perceber que se trata de um investimento, pois respeitar as normas traz credibilidade e eficiência para o laboratório.