Os resíduos em laboratórios fazem parte da rotina: são gerados em pequena escala, mas em grande variedade e com naturezas variadas, e por isso não devem ser negligenciados. Gerir os resíduos representa uma postura ética e de responsabilidade socioambiental, pois além de ser uma obrigação legal, reduz os riscos para os colaboradores e para todo o meio ambiente.
Neste post falaremos sobre algumas etapas para ajudar você a realizar uma boa gestão de resíduos em laboratórios de análises. Confira!
Conheça a legislação
Quando o assunto é a gestão de resíduos, lei é o que não falta para orientação. A Política Nacional de Resíduos Sólidos de 2010, por exemplo, foi criada devido à crescente preocupação da população com o meio ambiente e a saúde pública associada aos resíduos. Entretanto, apresenta artigos voltados para o contexto nacional.
Voltada para os serviços, a RDC 306 de 2004 apresenta todas as diretrizes necessárias para a criação do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS).
Crie seu Plano de Gerenciamento
Classificação
Antes de qualquer coisa é necessário que haja o levantamento e a classificação dos resíduos gerados. Podendo ser classificados como:
- Grupo A: possível presença de agentes biológicos, dividido em 5 subgrupos — A1, A2, A3, A4 e A5;
- Grupo B: presença de substâncias químicas com diferentes características — inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade;
- Grupo C: radioativos;
- Grupo D: resíduos comuns;
- Grupo E: perfurocortantes ou escarificantes.
Segregação
É a separação do resíduo no momento e no local de sua geração, observando suas características, seu estado físico e os riscos envolvidos.
Acondicionamento
Consiste em acondicionar os resíduos segregados em sacos ou recipientes adequados a cada tipo de resíduo e que resista às ações externas, como rupturas.
Identificação
Medidas que permitam o fácil reconhecimento dos resíduos acondicionados, fornecendo informações para o correto manejo. Há diferentes símbolos padronizados para cada grupo de resíduos.
Transporte
Pode ser interno, para armazenamento temporário ou externo — até a unidade de tratamento ou disposição final. Deve ser feito separadamente e em recipientes específicos, de acordo com a classificação do resíduo, além de utilizar técnicas que garantam a integralidade dos colaboradores, da população e do meio ambiente, devendo estar de acordo com os órgãos de limpeza urbana.
Armazenamento temporário
Local próximo ao de geração dos resíduos, utilizado para agilizar a coleta dentro do laboratório e diminuir o deslocamento para coleta externa. Precisa atender a algumas especificações e dispensado em casos que a distância não justifique.
Tratamento
Processo que modifica as características dos resíduos, reduzindo ou até eliminando o risco de contaminação, de acidentes ocupacionais ou de danos ao meio ambiente.
Pode ser aplicado no próprio laboratório (neutralização, redução/oxigenação, precipitação, destilação, biodegradação e outros) ou externamente a ele (Aterro de Resíduo Industrial Perigoso ou ARIP, Estação de Tratamento de Efluente ou ETE, Incineração, Coprocessamento e Reciclagem).
Disposição final
Determina o destino final do rejeito.
Envolva a sua equipe
De nada adianta elaborar o Plano de Gerenciamento de Resíduos se cada colaborador, que gera resíduos a todo instante, não participar integralmente desse gerenciamento. Cabe ao laboratório treinar seus colaboradores de modo que cada um entenda a importância do todo e possa fazer a sua parte dentro do processo, criando a cultura de sustentabilidade no ambiente de trabalho.
Sabia que todo esse trabalho ao realizar a boa gestão dos resíduos em laboratórios é um grande passo para a acreditação laboratorial? Então aproveite o passo dado e entenda como funciona a acreditação laboratorial!