Por lidar com materiais bem específicos, o lixo produzido em um laboratório demanda certos cuidados, especialmente no descarte de materiais hospitalares. Entretanto, muitos gestores não conhecem todas as normas relativas a esse processo e acabam cometendo erros em sua execução.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) possui inúmeras regras destinadas a esse segmento, ressaltando a importância tanto no investimento em exames de qualidade quanto no dever de preparar e descartar o lixo produzido com segurança e eficiência.
Quer fazer o seu laboratório funcionar de forma adequada, cumprindo todas as exigências legais? Então, continue a leitura deste post e saiba como!
Saiba o que compete à ANVISA
A ANVISA é uma autarquia federal que tem, entre outras funções, a responsabilidade de realizar a fiscalização do transporte interno dos resíduos, desde o momento em que o lixo é produzido até o momento do seu descarte.
Em virtude do tipo de serviço prestado em laboratórios, as pessoas que trabalham nesses espaços estão expostas a diversas complicações, infecções graves e riscos biológicos. De modo a amenizar tal cenário, o laboratório precisa ter o serviço adequado para realizar o descarte do lixo produzido.
O objetivo da fiscalização efetivada é prevenir possíveis acidentes que possam atingir colaboradores que trabalham em contato direto com os materiais hospitalares e, também, o público em geral.
A preocupação justifica-se, uma vez que todos os materiais ou rejeitos tóxicos produzidos nesses espaços são altamente perigosos, podendo representar riscos à saúde humana e ao meio ambiente.
Portanto, é de grande importância que os gestores desses serviços tenham consciência de sua responsabilidade e procurem estar de acordo com as normas estabelecidas.
Entenda como é feita a classificação do lixo hospitalar
Para melhor compreensão dos riscos oferecidos e com o objetivo de disponibilizar um tratamento adequado a cada tipo de rejeito, a ANVISA criou uma classificação do lixo hospitalar, de acordo com seu grau de periculosidade:
- Grupo A: potencialmente infectantes;
- Grupo B: químicos;
- Grupo C: rejeitos radioativos;
- Grupo D: resíduos comuns;
- Grupo E: perfurocortantes.
Lembrando que todo e qualquer lixo descartado de forma inadequada oferece riscos à saúde humana e ao ambiente.
Conheça a diferença entre incineração e esterilização
É obrigatória a separação do lixo hospitalar dos demais, assim como o treinamento de funcionários para esta função. No entanto, muitos hospitais ainda desconhecem a efetiva separação e destinação de determinados resíduos.
A incineração é o processo de queima, no qual os materiais são decompostos a base de carbono e oxigênio, sendo considerado o tratamento mais utilizado.
A incineração do lixo infectante resulta na formação de cinzas contaminadas com substâncias nocivas à atmosfera. Esse processo provoca o aumento da poluição do ar e gera emissões que podem ser mais perigosas do que os próprios resíduos incinerados.
Já a esterilização, conhecida também como autoclavagem, é um método que consiste em manter o material contaminado a uma temperatura elevada e em contato com vapor de água, sob determinadas pressões. Esse processo costuma ocorrer durante o tempo necessário para destruir os agentes patogênicos.
Suas principais vantagens estão associadas à facilidade de manuseio, ao custo operacional baixo e por não emitir efluentes gasosos. Apesar de ser uma ótima opção, o procedimento é pouco utilização por não garantir eficiente controle biológico e por não reduzir o volume de resíduos, além de o investimento inicial ser caro.
Descubra os principais riscos que o descarte incorreto traz
Quando os procedimentos técnicos de descarte não são adequados, o manejo dos resíduos hospitalares ou de serviços de saúde podem representar um risco à saúde humana e ao meio ambiente.
Materiais biológicos contaminados com sangue ou patógenos, peças anatômicas, seringas, além de outros materiais plásticos e substâncias tóxicas, são os principais fatores que causam riscos de contaminação.
Ao meio ambiente, pode provocar contaminações no solo ou na água, causando danos à vegetação, rios, lençóis freáticos e seres vivos que estiverem em contato. Além disso, o acúmulo desses resíduos pode gerar a proliferação de pragas e vetores que colocam em risco a saúde das pessoas.
É importante ressaltar que os profissionais responsáveis pela coleta e manejo desses materiais são os que mais ficam expostos aos riscos de contaminação. Esse contato, na maioria das vezes feito sem equipamentos de proteção, pode provocar infecções graves e até mesmo levar à morte.
Por isso, é necessário que os processos de separação e descarte sejam feitos corretamente, conforme as normas estabelecidas.
Fique por dentro das principais regras da ANVISA para o descarte de materiais hospitalares
A Resolução RDC 306/2004 da Anvisa, dispõe sobre o regulamento técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. Seu objetivo é evitar danos ao meio ambiente e prevenir acidentes com os profissionais que trabalham diretamente nesse processo.
Agora que você já conhece a classificação dos rejeitos hospitalares, podemos apresentar algumas boas práticas para que o descarte desses produtos seja feito de maneira segura e sem consequências negativas ao homem e ao meio ambiente.
Ressalta-se que, o correto acondicionamento e descarte de materiais hospitalares devem ser realizados baseados nas normas da ANVISA, podemos destacar:
- os radioativos têm a sua própria regulamentação da CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear);
- os resíduos infectantes precisam ser armazenados em sacos plásticos na cor branca, com identificação visível e o símbolo “risco infectante” em sua parte frontal;
- restos de carcaças precisam das mesmas especificações acima, porém devem ser acondicionados separadamente do restante dos resíduos infectantes;
- os farmacêuticos devem ser devolvidos aos seus fabricantes, sendo eles os responsáveis por sua destinação correta.
Para que as ações sejam executadas de modo eficaz, a ANVISA desenvolveu o Plano de Gerenciamento de Resíduos do Serviço de Saúde (PGRSS), um documento que aponta e descreve as práticas relativas ao manejo dos resíduos sólidos, observando suas características e riscos.
Ele abrange os aspectos relacionados à geração, segregação, acondicionamento, coleta e armazenamento, transporte, tratamento e disposição final, além de ações de proteção à saúde pública e ao meio ambiente.
Seja consciente e cumpra as normas básicas de segurança
Estar consciente da importância das normas de segurança em relação ao descarte de materiais hospitalares de forma adequada é fundamental para que sua empresa atue em conformidade com a lei e proteja a integridade física de seus colaboradores.
Além disso, essa é uma questão de consciência e responsabilidade ambiental, temas que estão em alta e devem ser levados em consideração por quaisquer organizações, especialmente as que lidam com produtos altamente poluentes.
Como pudemos acompanhar, é de extrema relevância adotar em sua empresa políticas que defendam o descarte de materiais hospitalares adequadamente, seguindo as normas da ANVISA.
No post de hoje, você aprendeu a importância de se realizar o descarte de materiais hospitalares atendendo às normas exigidas e cumprindo com o seu papel para uma sociedade mais sustentável. Portanto, implemente um bom gerenciamento e capacite os seus colaboradores envolvidos no processo com cautela e responsabilidade.
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